
Em mais um episódio de sua imprevisível política econômica, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (9/4) a suspensão temporária das tarifas norte-americanas aplicadas a mais de 75 países. A decisão representa um recuo significativo, apenas dois dias após o mandatário ter negado qualquer possibilidade de pausa nas medidas tarifárias adotadas por sua administração.
Segundo Trump, a decisão foi tomada após diversos países se comprometerem a não retaliar Washington. “Você precisa ter flexibilidade”, declarou o presidente ao ser questionado sobre a mudança de posição, afirmando que a medida visa manter a confiança tanto dos cidadãos dos EUA quanto do restante do mundo.
Os países beneficiados pela suspensão das tarifas terão 90 dias de trégua, período durante o qual Washington pretende renegociar regras tarifárias mais “justas”. Contudo, Trump não informou oficialmente quais países terão as tarifas pausadas. O Brasil, no entanto, não será impactado, pois já era taxado em 10% — o menor patamar estipulado pela nova política norte-americana.
A reviravolta contrasta com a declaração feita por Trump na última segunda-feira (7/4), durante encontro com o premiê israelense Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. Na ocasião, o presidente afirmara que os EUA não planejavam interromper as tarifas, mesmo que temporariamente, e defendeu a pressão econômica como forma de garantir “acordos bons e justos” com o restante do mundo.
Apesar da trégua, a guerra comercial com a China segue acirrada. Enquanto Trump mantinha sua retórica de endurecimento, o governo chinês reagiu às tarifas com novas taxas de até 84% sobre mercadorias norte-americanas. Em resposta, a Casa Branca dobrou a aposta, elevando as tarifas sobre produtos chineses para 125%.
Além da suspensão para alguns países, o governo dos EUA também reduziu as tarifas gerais aplicadas a outras nações de 25% para 10%, medida que também valerá pelos próximos 90 dias.
