O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a aliados próximos que não pretende fugir para os Estados Unidos caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O principal motivo, segundo ele, seria a dificuldade de ficar longe da esposa, Michelle Bolsonaro. “Não suporto ficar longe da Michelle”, teria afirmado o ex-presidente, segundo informações publicadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
Além da relação com a ex-primeira-dama, que é pré-candidata ao Senado e também cotada para disputar a Presidência da República em 2026, Bolsonaro afirmou que prefere aguardar uma eventual anistia no Brasil, mesmo se for preso em regime domiciliar.
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No entorno do ex-presidente, a possibilidade de pedir asilo político nos EUA sempre foi considerada possível, principalmente após declarações públicas de Donald Trump, que o classificou como vítima de perseguição política. Porém, Bolsonaro tem insistido que já decidiu permanecer no Brasil. Segundo ele, o fato de Michelle permanecer no país pesaria muito, já que o casal sofreria com a distância.
Outro ponto que pesa na decisão é a saúde frágil do ex-presidente e o alto custo da medicina privada nos Estados Unidos, que teria surpreendido Bolsonaro durante sua última estadia no país, em 2023. Segundo aliados, ele avalia que seria menos desgastante ficar preso no Brasil, próximo da família, e apostando na aprovação de uma futura anistia.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta terça-feira (14) a condenação de Bolsonaro por supostamente integrar uma organização criminosa. A expectativa é de que o ex-presidente seja condenado e preso até outubro.
Bolsonaro também argumenta que, preso em regime domiciliar, conseguiria conviver diariamente com Michelle e ver com frequência a maioria dos filhos. Dos cinco filhos, apenas Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal, mora nos EUA. Os outros quatro — Flávio Bolsonaro, senador; Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro; Jair Renan, vereador em Balneário Camboriú (SC); e Laura Bolsonaro, caçula — permaneceriam no Brasil.
Michelle, que preside o PL Mulher e tem rodado o país para fortalecer o partido, deve disputar um cargo eletivo em 2026. Eleita, poderia ser peça-chave para ajudar o marido a conquistar uma anistia.
Por fim, aliados destacam que Bolsonaro não cogita fugir também para não ser visto como covarde, o que poderia enfraquecer sua base política no país.
