A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás espera que a quarentena que o governo decretou para evitar a disseminação do novo coronavírus ajude também no combate de outra doença que sempre preocupa os goianos: a dengue. Dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde (SES) mostram que Goiás já registrou 13.936 casos neste ano. 21 mortes estão sob investigação.
“Geralmente as pessoas diziam que não cuidavam do próprio imóvel por falta de tempo. Agora, considerando a quarentena, esse argumento cai por terra. É hora de agir e cuidar de casa, fazendo dela um ambiente seguro”, afirma o coordenador de vigilância e controle ambiental de vetores da SES, Marcello Rosa.
O mosquito transmissor da doença é o Aedes aegypti, o mesmo que transmite a Zika e Chinkugunya. De acordo com a Secretaria, os moradores devem evitar água parada para que não haja proliferação do mosquito. Dentro de casa, deve ser verificado recipiente de degelo da geladeira, vedação de ralos e vasos sanitários que não estão em uso e levar com água e sabão as vasilhas de águas dos animais. No quintal, as pessoas devem ter cuidados com caixas d’águas abertas, fossas e cisternas. Retirar qualquer objeto que possa reter água, cobrir com areia os pratinhos de plantas, desobstrução das calhas e descartas o lixo em lugar correto e não em lotes baldios. A preocupação da pasta é que o pico de casos da doença venha a coincidir com o da Covid-19 e que isso sobrecarregue o sistema da Saúde.
“Há a possibilidade de coincidir o pico da dengue, da influenza e da Covid-19. Como parte desses pacientes precisa de hospitalização, isso reforça a importância de lutar contra a dengue. Combater o Aedes aegypti é um fator de proteção, considerando que vamos precisar de leitos hospitalares vazios”, explica Marcello.
Visitas Domiciliares
Mesmo apresentando queda de 36% no número de casos entre janeiro e março deste ano, se comparado com o ano passado, o momento não é de desleixo com a situação. Algumas cidades, de acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, são consideradas de “alto risco” para a propagação da doença por causa da grande quantidade de registros da doença. “Alguns desses municípios se concentram na região do Entorno do Distrito Federal e outros na região Sul e Sudoeste do Estado”, diz. Além disso, Marcello destaca que, mesmo no período de isolamento social, agentes de saúde continuarão realizando as visitas nas casas dos goianos com foco na dengue. Principalmente, as regiões que são mais afetadas pela doença. Segundo a pasta, serão entre 12 a 13 mil agentes comunitários que estarão realizando o serviço, mas com algumas restrições. “As visitas serão menos invasivas, com orientações verbais mantendo a distância recomendada. Em alguns casos, se for preciso, o agente poderá entrar no quintal da casa, para auxiliar em algum procedimento”, explica.
E para evitar qualquer tipo de problema, os agentes estarão devidamente identificados com uniformes, crachás e número de matrícula. Informações essas que poderão ser solicitadas pelos moradores. Caso de alguma dúvida, será possível realizar a confirmação do cadastro junto à Saúde da Prefeitura da sua cidade.