Offline
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/9f22fe65968d79b6f45efc1523e4c4aa.png
https://public-rf-upload.minhawebradio.net/113401/slider/80a574611830c0240c40e4d3d91929b3.png
Estado terá que indenizar família de membro do Daime que morreu em presídio
Polícia
Publicado em 28/04/2020

A juíza Zilmene Gomide da Silva Manzolli, da 4ª Vara de Fazenda Pública Estadual, condenou o Estado de Goiás a indenizar em R$ 150 mil, por danos morais, a família do engenheiro agrônomo Antônio David dos Santos Filho, de 41 anos. Ele era membro do Daime e era suspeito da morte da auxiliar de enfermagem Deise Faria Ferreira Freitas. O homem foi morto dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em março de 2016.

 

De acordo com a decisão, o Estado tinha condições de evitar as agressões que o homem sofreu dentro do presídio.”No caso em apreço, restou provado que o Estado falhou no dever de vigilância que lhe incumbia,ao permitir que se desencadeasse tão grave situação no interior de estabelecimento de segurança, ao ponto de uma vida se perder. Daí a obrigação de reparar o dano, independentemente de apuração de culpa por parte dos agentes públicos”, destaca a juíza.

 

Além da indenização, foi concedida uma pensão à neta do homem. A família pedia o valor indenizatório de R$ 435 mil mais a pensão. “Assim, entendo razoável a fixação da indenização no valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais), quantia que atende à natureza pedagógica e compensatória da sanção decorrente dos danos morais”, sentencia a magistrada.

 

Relembro o caso que levou a prisão do membro do Santo Daime

Antônio  tinha 40 anos e foi morto no dia 9 de março de 2016. De acordo com a investigação realizada pela Polícia Civil à época, ele estaria em uma cela com mais 26 presos. Ele teria sido espancado até a morte. Um perito criminal alegou que ele estava “completamento amarrado, inclusive com os membros superiores e inferiores totalmente imobilizado.”

 

Além disso, a corporação alegou que o crime estaria relacionado com a morte de Deise. A auxiliar de enfermagem foi vista pela última vez no dia 11 de junho de 2015, mas a família só soube do desaparecimento 24 horas depois, após os membros da seita levarem o carro da vítima até a família.

 

De acordo com as investigações à época, Deise frequentava a seita a cerca de três meses e teria ingerido o chá da ayahuasca – usado nos rituais religiosos e que é conhecido por ter efeito alucinógenos. Para os familiares, foi dito que a mulher teria desaparecido após ingerir a bebida. Entretanto, o corpo dela nunca foi encontrado.

 

O engenheiro foi detido na cidade de Bombinhas, no Litoral Norte de Santa Catarina. Ele foi indiciado pelo homicídio de Deise e também por ocultação de cadáver. Além dele, também foi preso por envolvimento no crime, o líder do Instituto Céu do Patriarca e Matriarca em Goiânia, Cláudio Pereira Leite, responsável pelo ritual do Daime.

Deise morreu após frequentar o ritual, mas seu corpo nunca foi encontrado (Foto: Divulgação/TV Anhanguera)

 

Joao Paulo Alexandre

Do Mais Goiás | Em: 28/04/2020 às 20:42:10

Comentários
Comentário enviado com sucesso!