O índice de isolamento social em Goiás, que já foi um dos maiores do Brasil, está em sinal de alerta. Após o primeiro decreto que restringiu atividade não essencial no Estado no dia 13 de março, a taxa de confinamento chegou a quase 70%. Agora, com a flexibilização da quarentena, o percentual caiu para a faixa entre 40% e 50%. Os dados foram revelados pelo titular da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), Adriano Rocha Lima, em live do Governo Estadual nesta quarta-feira (29).
De acordo com o secretário, o número demonstra que Goiás ainda está em uma posição segura, mas já entrou em sinal amarelo e de alerta. Ele aponta que, a taxa de confinamento ideal é de 70%. Para Adriano, entre 50-60% é um bom índice. Entre 40 e 50% o sinal é de cautela e abaixo de 40% significa que quase não há isolamento.
O secretário disse que, na última semana, Goiás chegou a registrar somente 42% de isolamento. Em Goiânia o dado foi ainda mais preocupante. A capital registrou apenas 39,6% de confinamento.
“A flexibilização não significa que tudo voltou ao normal. As pessoas precisam respeitar as determinações. Quem puder ficar em casa que fique em casa, mantenha os protocolos de higiene, use máscara. É uma questão de proteção de vidas”, ressaltou.
Achatamento de curva
Durante a live, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, disse que Goiás registrou um achatamento da curva de óbitos. Segundo ele, a curva de mortes está menos acentuada do que o número de casos confirmados. O número, de acordo com ele, também é menor do que em outros Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Amazonas, por exemplo.
“Isso nos deixa um pouco mais tranquilos, mas não é algo que nos permite relaxar quanto ao isolamento social. Por um lado estamos tranquilos, mas por outro estamos preocupados porque há muitas pessoas nas ruas sem utilizar máscaras e sem se atentar às medidas de segurança”, alertou.
No mesmo sentido, o governador Ronaldo Caiado (DEM) disse que o isolamento é a melhor arma contra a proliferação do novo coronavírus e é preciso conscientização da população. “Estamos tendo menor percentual de óbitos porque estamos dando de oferecer atendimento adequado aos pacientes graves, mas se a população não se atentar aos cuidados, o número vai aumentar e vai ser difícil manter essa taxa pequena de mortes”, afirmou.
O democrata disse ainda que, caso a curva saia do planejado e aceitável, as restrições serão maiores. “Se for preciso vamos tomar decisões firmes e necessárias. Vidas não são números. Tenham consciência, ética e mantenham-se, o máximo possível, em casa. Se precisar sair, usem a máscara facial que agora é uma vestimenta”, salientou.
Jessica Santos
Do Mais Goiás | Em: 29/04/2020 às 19:09:13