Segundo dados da Pesquisa de Serviços de Hospedagem 2016 (a mais recente), do IBGE, Goiás conta 1.457 estabelecimentos de hospedagem, o que representava, à época, 4,7% do total nacional. Os leitos, 116.925 (e 46.224 unidades habitacionais). Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIH-GO), Fernando Carlos Pereira, 95% da rede está fechada. Em contato com o governo do Estado, ele espera que, no próximo decreto, a hospedagem seja flexibilizada para aquelas pessoas em trânsito.
Os hotéis que estão abertos são aqueles já tinham contrato com empresas, sobretudo, para mensalistas e pessoas que vivem no local, explica Fernando. “Desde o primeiro decreto ficou definido que não haveria novos check in. Fora isso, só podem se hospedar profissionais da saúde e aqueles que atuam em serviços essenciais”, expõe o presidente da ABIH-GO. “E também não tem procura.”
Sobre a flexibilização, Fernando defende que em hotel não há aglomeração. “Então esperamos que o novo decreto tenha essa flexibilização. Até mesmo para prevenção, alguém do interior que venha buscar algo na capital. Essas pessoas não são recebidas, pois não estão no decreto. Ou mesmo pessoas em trânsito. Não é passeio turístico”, garante ele.
Ainda não chegou nesse ponto
Fernando cita que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo têm hospedado equipes médicas, graças ao grande número de infectados pelo novo coronavírus. “Ainda não chegamos nesse estágio, graças a Deus”, agradece. “Então, não reclamamos por esse motivo.”
Ele explica, ainda, que o Estado não teve demissões em massa. “Tiveram algumas, mas daqueles em experiência. Mas também estamos na UTI com essa pandemia.” Segundo ele, todo o segmento turístico vai mal. Hotéis, eventos, guias turísticos, etc.
Questionado sobre as medidas de manutenção dos cargos, ele afirma que cada hotel tem liberdade. “Eles tem fechado e feito a suspensão de contratos. Outros dão férias coletiva. Mas estão evitando as demissões”, revela.
Suporte
Segundo o presidente, o segmento espera um socorro do governo federal e do Estado para minimizar a crise financeira. “Existe sinalização. O ministro Paulo Guedes (Economia) falou em linhas de crédito, assim como o Ministério do Turismo. Mas o dinheiro ainda não chegou. Já estamos a mais de 40 dias fechados”, expõe preocupação.
“A expectativa é de receber o mais breve possível”, declara. “Senão serão demissões e, então, falência total.”
Goiás Turismo
Fabrício Amaral, presidente da Goiás Turismo, falou recentemente ao Mais Goiás que a GoiásFomento possui cinco linhas de crédito e que a pasta já tinha conseguido R$ 15 milhões do Ministério do Turismo. O problema todo é a burocracia e o tempo.
Nesta quarta-feira (6), prestes a entrar em uma reunião, ele confirmou ao portal que o dinheiro está, de fato, disponível, e que algumas empresas já conseguiram receber. Porém, segundo ele, o volume de pedido que tem sido feito ao Goiás Fomento é grande. “Mas já houve uma medida provisória que liberou [a obrigatoriedade] de várias certidões de exigência.” Além disso, conforme relatado por ele, o Estado, junto ao Sebrae Fampe (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas) irá subsidiar até 80% das garantias – tudo com o intuito de reduzir a burocracia.
“O fundo de aval é uma realidade. A Medida Provisória também. Então, estamos no processo de destravamento e algumas empresas já receberam. Se o tempo normal é 30 dias, temos que correr e reduzir para 15”, declara Fabrício.
Ao retornar a um assunto passado, Amaral também comentou sobre a possibilidade de uma flexibilização de hospedagem para pessoas em trânsito. Ele afirmou que esta existe, sim. “A associação já protocolou esse pedido. Na verdade, pediu a flexibilização geral de 50%. Mas isso não significa que será liberado”, encerra suas considerações e seguiu para o seu encontro.
GoiásFomento
O Mais Goiás também entrou em contato com a GoiásFomento. Em nota, foi informa que a agência, “além da significativa redução dos juros, oferecendo a menor taxa do mercado, aumentou a carência na linha de crédito para o setor turístico e dispensou várias CNDs como parte do processo de desburocratização e facilidades para atender ao micro e pequeno empresário, nesse período de pandemia do coronavírus. São R$ 15 milhões para a linha de crédito específica para o turismo. Só nesta quarta-feira, 06.05, a GoiásFomento está liberando meio milhão de reais em contratos para empreendedores do segmento turístico de Goiás”.
Ainda conforme a nota, o juro cobrado recuou, de 7% ao ano mais INPC, para 5% ao ano mais INPC. E também foi pontuado que a carência, que era de até 6 meses, foi ampliada para até 12 meses, nesta linha de crédito. “A nova Resolução da GoiásFomento anunciada semana passada, contempla as empresas optantes do Simples e que estejam no Cadastur, como hotéis, pousadas, restaurantes, bares e demais atividades descritas no Art. 21 da Lei Geral do Turismo.”
Por fim, foi dito que, para facilitar a contratação dos créditos, a GoiásFomento estabelceu parceria com o Sebrae e está operando com o Fampe, o Fundo de Aval da Micro e Pequena Empresa.
Francisco Costa
Do Mais Goiás | Em: 06/05/2020 às 17:00:39