O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em Brasília, deverá afastar mais uma servidora suspeita de liberar licenças ambientais para pessoas criarem e transportarem animais silvestres, como a naja e outras cobras apreendidas do Distrito Federal (DF). A determinação é da 9ª Vara Federal Cível da Justiça Federal do DF.
A servidora é Adriana da Silva Mascarenhas, que já foi coordenadora do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Ela expediu licença de coleta, captura, e transportes de serpentes que não pertencem à fauna brasileira.
A decisão destaca que há fortes indícios da participação dela com fatos investigados sobre uma organização de tráfico internacional de animais atuante no DF. Além disso, existem evidências da prática de improbidade na emissão de documentos irregulares para transportes dos animais em território nacional.
O afastamento, segundo a decisão, foi necessário porque a servidora tem acesso autorizado às dependências do Ibama, o que “pode interferir na apuração dos fatos e no levantamento probatório”.
Ibama divulgou nota e segundo o documento, a servidora não poderá exercer funções no órgão “até que o caso seja esclarecido, tanto pela polícia quanto pelo órgão ambiental em seu processo administrativo disciplinar”. Ela fica proibida de acessar as dependências físicas da instituição.
Cobras
Desde que o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Kranbeck, de 22 anos, foi picado por uma cobra naja no dia 7 de julho, o Ibama já apreendeu 32 serpentes no Distrito Federal. Tubarões e lagartos exóticos também foram encontrados.
O rapaz picado pela naja recebeu alta hospitalar no último 13/7, mas apresentou atestado de 18 dias à polícia e só deverá prestar depoimento em agosto. Um amigo dele, Gabriel Ribeiro, que também estuda veterinária, foi preso pela Operação Snake na quarta-feira (22). Ambos são suspeitos de compor esquema de tráfico ilegal de animais.
*Com informações do Ibama, Justiça Federal e Portal Metrópoles