
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar a super-taxa de 50% sobre produtos brasileiros gerou forte apreensão no agronegócio de Goiás. A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) avalia que a medida compromete a competitividade dos produtores locais e eleva o custo de insumos fundamentais para a atividade no campo.
“Essa nova taxação traz reflexos diretos às exportações do agronegócio nacional e goiano. Consequentemente, trará aumentos nos custos de insumos importados e impactará na competitividade das nossas exportações”, afirmou o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, por meio de nota.
Entre os setores mais afetados estão a carne bovina, o açúcar, frutas, milho, peixes, café e hortaliças. Além disso, há preocupação com o encarecimento de máquinas agrícolas e fertilizantes, itens que compõem boa parte das importações goianas dos EUA.
De acordo com Edson Novaes, gerente técnico da Faeg, os impactos serão sentidos tanto por quem exporta quanto por quem depende de insumos importados. “Todos perdem com uma guerra comercial. Para o Brasil, o risco é maior, porque o fechamento de mercado pode refletir diretamente na geração de empregos e nos níveis de preços de setores estratégicos da nossa economia. O impacto poderá ser percebido tanto no campo quanto na cidade”, disse.
Estimar prejuízos é ato precoce, aponta presidente
A Faeg considera precoce estimar prejuízos, mas cobra estratégia e presença ativa do governo federal na condução do tema e defende que a diplomacia prevaleça.
“Vimos que o governo brasileiro reagiu com críticas à imposição das tarifas, anunciando que irá ativar a Lei de Reciprocidade Econômica. Entendemos que este é um momento de cautela e diplomacia, em que o Brasil deve ter presença ativa na mesa de negociações com os EUA. É fundamental fazer tratativas para fortalecer a relação bilateral e não isolar ainda mais o país. A diplomacia e a negociação são o melhor remédio neste momento”, destacou Schreiner.
