O prefeito de Iporá, Naçoitan Leite (PSDB), contrariou a nova determinação do Governo Estadual de prorrogação da quarentena por mais 15 dias e autorizou a abertura do comércio na cidade. A partir da próxima segunda-feira (6), os estabelecimentos voltarão a abrir as portas e vão funcionar cumprindo exigências como distanciamento entre clientes e higienização reforçada nos locais. Aulas continuam suspensas e idosos e pessoas com doenças preexistentes devem continuar o isolamento social.
Em entrevista ao Mais Goiás, o chefe do executivo municipal questionou as medidas adotadas pelo governador Ronaldo Caiado (DEM) e disse que irá “travar uma guerra” com o governo estadual. “Eu não aceito prender trabalhador e comerciante. Tem que prender bandido. O povo só quer trabalhar. As pessoas de bem não podem ser presas porque vão voltar ao trabalho. Não vou aceitar essa ditadura”, garantiu.
Para ele, caso a cidade fique com o comércio fechado durante os próximos 15, os estabelecimentos e a cidade irão ‘quebrar’. “O governador não atendeu o decreto do Governo Federal. Por que nós, prefeitos, temos que atender às determinações estaduais? Os municípios podem tomar suas próprias decisões, são os prefeitos quem sabem a real situação das cidades. Afirmo com tranquilidade que se o comércio continuar fechado tanto o município quanto os estabelecimentos vão quebrar”, comentou.
Naçoitan afirmou que a abertura é necessária, pois a população está passando fome. “Só essa semana entregamos mil cestas básicas porque o povo não tem o que comer. Na próxima semana vai ser 3 mil e depois 10 mil. As pessoas não querem presente, elas querem trabalhar”.
Segundo ele, o gasto com folha salarial de servidores é de R$ 3,5 milhões. Em março, o valor foi pago, mas o prefeito diz que não sabe como irá efetuar o pagamento no próximo mês, já que a arrecadação do município caiu mais de 40%. A ideia é que o comércio volte a funcionar para evitar maiores prejuízos.
Conforme o gestor, a cidade continuará obedecendo o distanciamento social e isolamento de idosos acima de 60 e pessoas com doenças preexistentes. O prefeito também garantiu que não haverá aglomeração. “Nós vamos respeitar o decreto até o dia 4. Fui um dos que respeitei, mas não dá para fazer isso por mais 15 dias. Vamos respeitar os cuidados para evitar o vírus, mas na segunda (6) vamos voltar com a cabeça erguida”.
Infração
Nesta semana, a Procuradoria-Geral do Estado disse que o descumprimento do decreto é uma infração à determinação do poder público destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa, crime previsto no Art. 268 do Código Penal Brasileiro. A pena é de detenção de um mês a um ano, além de multa e outras medidas na área cível.
Equipes da Polícia Militar e Civil, bem como órgãos de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, continuam atuando para identificar eventuais descumprimentos, mandando que comerciantes não contemplados nas exceções do decreto estadual fechem as portas.
Do Mais Goiás | Em: 03/04/2020 às 23:03:18