
Daniel Vilela (MDB) assume pela 11ª vez o comando do governo de Goiás durante viagem internacional do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), e cada nova interinidade reforça não apenas a presença administrativa, mas uma construção política cuidadosamente calibrada. A atuação do vice-governador já não se resume a ocupar espaço institucional: ela se desenha como parte de um projeto articulado de transição de liderança com vistas à sucessão estadual em 2026.
Com pautas voltadas ao social — Mutirão Goiás Social e ampliação do abastecimento de água — Vilela entra no campo simbólico da gestão pública. Ao conduzir ações com alto apelo popular, ele fortalece a imagem junto à base eleitoral e se distancia da visão de vice discreto. São entregas que dialogam diretamente com as demandas do cidadão comum e que, ao mesmo tempo, garantem visibilidade em regiões politicamente estratégicas.
Caiado, que deve disputar a Presidência em 2026, vem preparando o terreno para deixar um herdeiro político alinhado aos princípios da gestão, mas com identidade própria. Ao dar espaço crescente a Vilela — inclusive em momentos de destaque internacional, como viagens à Índia e aos EUA — o governador sinaliza confiança e orquestra um processo de sucessão sem ruptura, algo raro em gestões marcadas por disputas internas.
A parceria entre União Brasil e MDB, que parecia inicialmente pragmática, se transformou em um projeto de continuidade. Vilela tem ganhado musculatura política, reunindo a experiência administrativa necessária e ocupando espaço com protagonismo. Com ações públicas cada vez mais frequentes e simbólicas, ele já se posiciona como figura central do atual governo — não apenas no presente, mas como ponte para o futuro.
O protagonismo do vice não é casual. É estratégico, pactuado e progressivo — e coloca Daniel Vilela em campo como o nome mais competitivo da base aliada para manter o grupo no poder em Goiás após 2026.
