Mesmo com a saída do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que se filiou ao PSD, que até então era uma das principais apostas da sigla para a eleição presidencial, o PSDB ainda sustenta, pelo menos oficialmente, a intenção de lançar candidatura própria ao Palácio do Planalto em 2026. A estratégia, no entanto, esbarra na realidade política atual: antes de pensar em nomes, a legenda se concentra na consolidação da fusão com o Podemos, prevista para o segundo semestre deste ano.
Com a união, o novo partido, que deve se chamar Moderados ou Independentes, deve reunir cerca de 40 deputados federais. A conta inclui não apenas os atuais parlamentares das duas legendas, mas também cerca de 15 congressistas de outras siglas que já demonstraram interesse em migrar para a nova sigla.
O projeto ainda é embrionário, embora já tenha tido avanço pelos tucanos e encontra resistências dentro da ala ligada ao Podemos. O deputado federal Glaustin da Fokus, por exemplo, pertence à base do governador Ronaldo Caiado (UB) e apoia a pré-candidatura do gestor goiano.
Marconi Perillo, do PSDB, contudo, defende que a legenda se fortaleça com uma candidatura nacional. Contudo, só depois da reestruturação partidária que será discutida, de forma mais objetiva, a viabilidade de uma projeto nacional.
Nos bastidores, lideranças admitem que as opções são escassas, especialmente após o desembarque de Leite, e que há possibilidade concreta de apoio a um nome de fora do partido, desde que represente a centro-direita e se oponha à candidatura de Lula ou de um apadrinhado pelo presidente.
A movimentação acontece em meio à tentativa do PSDB de se reinventar após sucessivas derrotas eleitorais e o esvaziamento da sua influência nacional. A fusão com o Podemos é vista nos bastidores tucanos, como uma oportunidade de sobrevivência e de reposicionamento político para o novo ciclo.
